segunda-feira, 24 de maio de 2021

O chamado combate inteligente dos samurais

 

Samurais reunidos com ambas as espadas (longa e curta)

 O chamado combate inteligente aquele em que os samurais induziam a maneira do seus oponentes pensar, para adotarem outras estratégias, hoje também pode ser aplicado nos esportes de artes marciais. Como quando você atrai o oponente para perto de si, fazendo com que ele se aproxime com sede de lhe golpear e você aproveita para atacá-lo. 

 Essa inclusive era a estratégia que os samurais utilizavam quando se tratava de combates com a espada curta. Porque em determinados ambientes, onde havia pouco espaço e vez ou outra eles tinham que enfrentar mais de um oponente, eles não tinham como combater com uma espada longa.

Então era necessário adaptar a estratégia de combate e utilizar outro recurso que somado a habilidade com a espada, lhes desse alguma vantagem. É por isso que eles atraiam o oponente para perto de si, porque uma vez que o oponente se aproximasse eles podiam atacar enquanto observavam os demais adversários.

Diferente de como seria se eles fossem em direção a um dos adversários, num local pequeno. Nessas condições eles estariam lutando usando mais o espírito movido pela vontade de vencer e estariam deixando de lado a inteligência. Em alguns casos eles até lutavam assim, especialmente quando passavam por algum conflito interno que pudesse lhes fazer agir de forma impetuosa para preservar sua própria honra. Mas como geralmente eles combatiam para proteger a vida de terceiros, eles precisam lutar com inteligência.

Assim como isso pôde acontecer com os mais antigos guerreiros, pode acontecer com os guerreiros modernos. Mas vale considerar que o melhor caminho é o caminho do meio, que emprega a razão e o equilíbrio na tomada de decisões e isso depende de uma preparação física e mental prévia, porque no momento do combate as ações tendem a ser mais reflexos motores. 

 


quarta-feira, 12 de maio de 2021

Duas maneiras de pensar



 Em meus estudos sobre o Hagakure, estive lendo uma reflexão do samurai Yamamoto Tsunetomo onde ele fala que existem duas maneiras comuns dos guerreiros pensarem. Uma ele diz que é a inteligencia rápida e outra ele fala que se trata da lenta reflexão.

 Eu concordo que existam situações específicas em que usamos uma maneria de pensar em específico, mas cada um de nós tem uma dessas características mais dominante. Principalmente quando se trata do contexto de artes marciais.

Em situações onde uma ameaça surge inesperadamente, podemos agir de modo instintivo, aplicando uma técnica que neutralize a possibilidade de ataque do nosso adversário. Evitando assim que as ações dele possam de algum modo provocar algum dano fisico sobre nós. E até mesmo já tendo o adversário sob nosso controle, podemos analisar a situação com calma e pensarmos em como podemos acalma-lo e até que ele possa ser devidamente conduzido por profissionais.

Em situações de combate, como numa competição, onde a ameaça é declarada e ambos os lutadores estão dispostos a se enfrentar para que seja eleito um lutador de habildiade superior, existem momentos em que precisamos agir rapidamente, usando os reflexos que o treinamento condicionou nosso corpo, como nossas defesas e nossas esquivas. Assim como existem outros momentos em que estamos numa disputa de controle contra nosso oponente e que precisamos repensar nossa tatica, para encontrar angulos onde usemos menos força e mais técnica.


Embora cada situação exiga da gente uma maneira específica de pensar e de agir, eu penso que fazendo como os samurais, treinando nosso corpo através das artes marciais e nossa mente através da meditação, conseguimos conservar nosso estado emocional em serenidade. E assim a gente tem uma visão clara de cada situação para que possamos tomar uma boa decisão, agindo de forma assertiva, prudente e equilibrada.




quinta-feira, 6 de maio de 2021

Como funcionavam as propriedades na época dos Samurais

 

Gravura que demonstra a sangrenta guerra civil em que o Japão mergulhou durante o período Sengoku

 O han ou domínio é o termo histórico japonês para a propriedade de um guerreiro após o século XII ou de um daimiô no período Edo e início do período Meiji. No período Sengoku, Hideyoshi Toyotomi causou uma transformação no sistema han. O sistema feudal baseado na terra tornou-se uma abstração baseada em pesquisas cadastrais e rendimentos agrícolas projetados.

Período Sengoku


No Japão, um domínio feudal era definido em termos de renda anual projetada. Ele era diferente do feudalismo do Ocidente. Por exemplo, os primeiros japanologistas como George Appert e Edmund Papinot fizeram questão de destacar os rendimentos koku anuais que eram alocados para o clã Shimazu no Domínio Satsuma desde o século XII.

Em 1690, o han mais rico era o domínio de Kaga, com mais de 1 milhão de kokus.Ele situava-se nas províncias de Kaga, Etchū e Noto.

 

Período Edo

No período Edo, os domínios dos daimiôs eram definidos em termos de kokudaka, não em área territorial.[5] As subdivisões provinciais imperiais e as subdivisões dos domínios xogunais eram sistemas complementares. Por exemplo, quando o xogum ordenava aos daimiôs fazerem um censo de seu povo ou fazer mapas, o trabalho era organizado nas bordas do kuni provincial.

Principe Matsuhito


Período Meiji

No período Meiji de 1869 a 1871, o título de daimiô no sistema han era han-chiji ou chihanji. Em 1871, quase todos os domínios foram dissolvidos, com as províncias do Japão substituindo o sistema han. Na mesma época, o governo Meiji criou o Domínio Ryukyu que existiu de 1872 a 1879.

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Minamoto no Yoritomo o primeiro shogum

 


 

Minamoto no Yoritomo nasceu em 9 de maio de 1147—9 e viveu até fevereiro de 1199. Ele foi o fundador e o primeiro imperador xogum do Período Kamakura ou Xogunato Kamakura do Japão, governando no período de 1192 até 1199.

Segundo fontes históricas Yoritomo nasceu em Atsuta-ku, Nagoya, província de Owari. Membro do clã Minamoto, Yoritomo foi banido em sua juventude como consequência das revoltas do seu pai contra a reinante clã Taira. No exílio Yoritomo encontrou apoio para sua causa em Hōjō Tokimasa e em 1185 derrotou os Taira. 

Minamoto no Yoritomo's vai para Kyoto no início do Shogunato Kamakura


Em 1192, o imperador concedeu a Minamoto o título de xogum, o que o converteu na suprema autoridade de todas as forças militares do país. Yoritomo introduziu os seus próprios governantes (Shugo) e representantes (Jitō) em todo o Japão, como consequência disto foi criada uma infraestrutura governamental para competir com a corte imperial, superando-a progressivamente.

Yoritomo foi, assim, capaz de governar sem realmente derrubar o imperador e desenvolveu um padrão a seguir pelos futuros xogunatos.


Ao governo comandado por um xogum, ou a ditadura militar exercida por um xogum, denominado em português como Xogunato, em japonês como Bakufu que literalmente traduzido significa "governo coberto" ou "tenda do governo" que originalmente representava a casa do xogum.

 

Brasão de Período Kamakura

 

 Xogunato Kamakura, ou Kamakura Bakufu, em japonês aconteceu entre 1192 e 1333 e foi o primeiro regime militar feudal japonês, durante o período de 1185 (ou em 1192, quando foi formalmente reconhecido) a 1333, após a Batalha de Dan no Ura dirigida pelo comandante do exército (xogum) Minamoto no Yoritomo (do clã Minamoto), conhecido como o xogunato Kamakura.

domingo, 2 de maio de 2021

Como funcionava a relação de senhorio entre os samurais e os daimios

O castelo de Osaca, construído em 1583-1598 pelo senhor feudal japonês Toyotomi Hideyoshi.


 O termo senhoria ou senhorio descreve a organização da economia e da sociedade rurais do Japão e da Europa Ocidental e Central num determinado período histórico, caracterizada pela atribuição de poderes legais e econômicos a um senhor, a partir do seu solar, que é mantido economicamente pelas suas terras e pelas contribuições obrigatórias de parcela do campesinato que lhe é legalmente sujeita (servidão) e sobre a qual tem jurisdição. Tais obrigações podiam ser pagas em trabalho (na França, segundo o sistema de corveia), em espécie ou, raramente, em dinheiro.
 

Isso serve pra gente entender como se dava a relação dos samurais com seus chefes. Tdavia, o José Mattoso observa que seria "demasiado grosseiro" reduzir o senhorialismo à sua dimensão econômica, destacando seu caráter político: "o senhor é não apenas o proprietário da terra e dos outros meios de produção, mas também o detentor da autoridade e do poder nos domínios militar, judicial, fiscal e, chamemos-lhe assim, legislativo". 

Portanto, o senhorialismo teria, além do econômico e tributário, concernente ao direito de cobrança de tributos e coimas, um componente de poder político, ligado à aplicação da justiça e às funções militares.

Historicamente, a senhoria aplicava-se a um feudo, o qual estava sujeito a um senhor feudal que, usualmente, devia a sua posição e suas terras a um senhor hierarquicamente superior (suserano), em troca de assumir certas obrigações perante o suserano.

Izanagi (direita) e Izanami (esquerda) criando o submundo. Pintura de Eitaku Kobayashi.  


Tal como o feudalismo que, juntamente com a senhoria, forma o quadro legal e organizacional do que se costuma denominar sociedade feudal, as estruturas senhoriais não eram uniformes em toda a Europa. Na Baixa Idade Média, ainda havia áreas livres de senhoria ou em que o fenômeno estava incompleto.

Daimiô é um termo genérico que se refere a um poderoso senhor de terras no Japão pré-moderno, que governava a maior parte do país a partir de suas imensas propriedades de terra hereditárias. No termo, "dai" (大) literalmente significa "grande" e "myō" vem de myōden que significa "terra particular".

Estes foram os mais poderosos senhores de terras do período que foi do século X a meados do século XIX na história do Japão, depois dos xogum.

Desde os shugo do período Muromachi, passando pelos sengoku, até os daimiôs do período Edo, o cargo teve uma história longa e variada.

O termo "daimiô" por vezes é usado para se referir às principais figuras dos clãs japoneses, também chamados de "Senhores". Costumeiramente, era a partir destes senhores de guerra que um Xogum ou um Shikken (regente) era escolhido.