Lealdade é ser fiel a um compromisso assumido. Esse é um dos princípios do código dos samurais e portanto deve ser praticado pelo samurai. Lembro-me de quando entrei pela primeira vez numa academia de artes marciais e me foi apresentado um quadro, posto na parede, logo próximo a porta do dojô, com um conjunto de regras que deveria ser respeitado por todos que estavam naquele ambiente, desde o faixa-branca até o faixa-preta.
Atenciosamente passei meus olhos por cada uma daquelas regras, palavra por palvra, entendendo seu significado e internalizando aquelas ideias em mim. Fui permitindo que aquele compromisso fosse sendo estabelecido, conforme eu ia lendo e me sentindo parte do que aquele dojô é. E depois de ler todas as regras, olhei no ambiente ao meu redor e vi meus colegas, observei seus olhos e vi como eles sem sequer me dizer nada, me diziam que a partir daquele momento eu estava aceito naquela irmandade.
Esse momento mágico marcou o significado de lealdade pra mim e hoje em todas as minhas relações busco respeitar esse preceito. Naturalmente ocorrem dilemas, momentos de conflito, mas em meus momentos de meditação reflito e penso sobre qual decisão tomar, levando em conta sempre o que aprendi naquele dia e no decorrer dos anos que sucederam minha trajetória no dojô. Hoje sei que lealdade além de ser fiel a um compromisso, significa ser fiel a um propósito.
sábado, 30 de novembro de 2019
quarta-feira, 27 de novembro de 2019
A espada deve ser polida para não enferrujar...
O bom guerreiro deve trilhar um caminho de melhoramento, ele nunca deve estar satisfeito com o que já sabe. E isso remete a um dos princípios do código, que significa polidez. Quando falo sobre polidez, não me restrinjo a falar sobre o trato fino comportamental, mas nesse caso estou falando sobre o aperfeiçoamento das competências.
Há guerreiros mais háveis no diálogo, outro mais competentes nas ações, alguns são bons líderes, outros executam tarefas bem. De qualquer modo, num clã, cada um dos membros deve potencializar sua competência. Da mesma maneira no que envolve suas habilidades marciais.
Os samurais nunca estavam satisfeitos com o que já tinham aprendido. Essa sede era o que lhes movia a enfrentar novos desafios, desbravar, caminhar pelo japão em busca de novos duelos, enfrentar samurais famosos, de gande reputação. E tudo isso eles faziam para se tornarem melhores em suas habilidades, pois a fama e a notoriedade eram consequências do processo de polir a si mesmo.
Alguns se deixavam envaidecer pelo reconhecimento público, mas isso era incomum. Outros até quando se viam diante disso entravam num profundo conflito interno e decidiam se tornar ronins, saindo por ai trilhando um caminho sem fim, isolados do convívio social. Tudo isso por conta do seu forte compromisso com a honra. Esses eram os samurais antigos, diferentes de muitos dos samurais que vemos hoje em dia...
Há guerreiros mais háveis no diálogo, outro mais competentes nas ações, alguns são bons líderes, outros executam tarefas bem. De qualquer modo, num clã, cada um dos membros deve potencializar sua competência. Da mesma maneira no que envolve suas habilidades marciais.
Os samurais nunca estavam satisfeitos com o que já tinham aprendido. Essa sede era o que lhes movia a enfrentar novos desafios, desbravar, caminhar pelo japão em busca de novos duelos, enfrentar samurais famosos, de gande reputação. E tudo isso eles faziam para se tornarem melhores em suas habilidades, pois a fama e a notoriedade eram consequências do processo de polir a si mesmo.
Alguns se deixavam envaidecer pelo reconhecimento público, mas isso era incomum. Outros até quando se viam diante disso entravam num profundo conflito interno e decidiam se tornar ronins, saindo por ai trilhando um caminho sem fim, isolados do convívio social. Tudo isso por conta do seu forte compromisso com a honra. Esses eram os samurais antigos, diferentes de muitos dos samurais que vemos hoje em dia...
terça-feira, 26 de novembro de 2019
Um relato de coragem de Takero Kashiwakawa
“Observei que a coragem de um homem aflora quando ele é posto diante de um desafio. Lembro de quando ainda era aluno e vi um homem magro, aparentemente inexperiente, enfrentando um lutador forte e alto. Notei como ele se comportava diante daquela grande ameaça, ele não se acanhava, permanecia concentrado, ainda que sofrendo ataques e danos graves. Lembro de ter visto sua boca sangrar e do seu corpo se chocar contra as paredes do dojo quando seu oponente lhe chutava e lhe arremessava. Embora diante de tudo isso ele permanecia frio e inabalavel. Acredito que essa virtude que estava sendo aflorada só se desenvolve nessas condições, pois tratava-se de uma circunstância onde ele poderia desistir do combate e ir embora, mas uma firmeza de espírito lhe impulsionava enfrentar aquele homem forte. Chamamos isso de coragem e esse é um dos princípios do código que estou aprendendo aqui. Duro era ver aquele homem naquela condição, mas sua força interior me motivou a lutar, mesmo sabendo que eu seria o proximo a passar por coisas parecidas, mesmo sabendo que talvez meu corpo não suportasse, mas naquele momento eu sabia que em minha mente havia sido apertado o gatilho que me possibilitaria suportar qualquer coisa com bravura.” Takero Kashiwakawa
domingo, 24 de novembro de 2019
A honra do samurai moderno
Honra é um principio na tradicional pratica de artes marciais, pois diz respeito a construção do carater do praticante, o que é um aspecto basico do compromisso estabelecido entre o dohai(aluno) e o sensei(professor), para que esse torne-se membro de um dojo(academia).
O praticante de artes marciais, ao apefeiçoar-se na habilidade de combate desenvolve-se também como um guerreiro. Pois nas antigas tradições japonesas, quando um estudante ingressa num dojo (academia) de artes marciais, ele se torna membro de um clã e também passa a carregar esse escudo, o que envolve uma serie de responsabilidades.
Ao tornar-se membro de um clã, esse novo aluno é apresentado a um código para que lhe seja norteada sua conduta e preservada a integridade moral da bandeira do dojo. Tratam-se dos sete princípios oriundos do código dos samurais, o Bushido.
Esse conjunto de principios composto de respeito, benevolencia, coragem, honestidade, disciplina e lealdade alicerçam o compromisso do guerreiro com a honra do seu clã. E é por isso que suas atitudes precisam ser bem pensadas e suas decisões ganham um significado maior. Afinal, a partir deste momento o praticante adquire uma responsabilidade sobre o poder que o conhecimento marcial lhe da e sobre o escudo dojô que ele faz parte.
É por isso que o ensino do código é preservado nos dojos tradicionais e desta maneira que hoje em dia se pratica o código, tanto dentro do ambiente de aprendizado ou nas circunstâncias da vida pessoal do praticante. A estes cunhamos o termo de samurais modernos, aqueles que carregam secretamente o código dentro de si e que nutrem seu procedimento com as sementes do pensamento oriental.
O praticante de artes marciais, ao apefeiçoar-se na habilidade de combate desenvolve-se também como um guerreiro. Pois nas antigas tradições japonesas, quando um estudante ingressa num dojo (academia) de artes marciais, ele se torna membro de um clã e também passa a carregar esse escudo, o que envolve uma serie de responsabilidades.
Ao tornar-se membro de um clã, esse novo aluno é apresentado a um código para que lhe seja norteada sua conduta e preservada a integridade moral da bandeira do dojo. Tratam-se dos sete princípios oriundos do código dos samurais, o Bushido.
Esse conjunto de principios composto de respeito, benevolencia, coragem, honestidade, disciplina e lealdade alicerçam o compromisso do guerreiro com a honra do seu clã. E é por isso que suas atitudes precisam ser bem pensadas e suas decisões ganham um significado maior. Afinal, a partir deste momento o praticante adquire uma responsabilidade sobre o poder que o conhecimento marcial lhe da e sobre o escudo dojô que ele faz parte.
É por isso que o ensino do código é preservado nos dojos tradicionais e desta maneira que hoje em dia se pratica o código, tanto dentro do ambiente de aprendizado ou nas circunstâncias da vida pessoal do praticante. A estes cunhamos o termo de samurais modernos, aqueles que carregam secretamente o código dentro de si e que nutrem seu procedimento com as sementes do pensamento oriental.
quarta-feira, 20 de novembro de 2019
Honra, a dignidade do samurai
O sentimento de dignidade e de boa reputação que o samurai possui é o que caracteriza sua honra. No Japão, a palavra honra é meyio e trata-se do conceito que define os parâmetros para os samurais viverem e morrerem fieis aos seus preceitos.
Os samurais acreditam que para um homem tornar-se digno de tal título é fundamental que sua conduta seja alicerçada nos sete preceitos que regem o código, pois a vida física tem fim, mas a honra e o respeito duram para sempre.
A honra de um homem lhe constitui samurai quando sua atitude é coerente com o código, de modo que seja qual for a circunstância, seu procedimento será fortemente avaliado pelo seu crivo moral antes de se tornar uma ação ou uma decisão.
O fato da morte ser uma consequência natural da existencia humana faz com que os samurais pensem constantemente na relevancia das suas ações. Por isso seja no amanhecer do dia ou no escurecer da noite, desde o momento em que ele segura uma chícara de café ou quando ele pega os palitos para comer, ele sempre pensa na consequência das suas atitudes.
Essa responsabilidade de agir de forma reta, compromissada com seus principios é o que torna o samurai um guerreiro nobre, que hoje em dia não mais empunha a espada para lutar no seu exercício profissional, mas que luta no dia a dia, enfrentando as dificuldades e os dilemas existenciais com bravura e sendo reto no seu proceder.
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