domingo, 29 de dezembro de 2019
A arte da critica
Repreender e corrigir alguem por seus erros é importante: esse ato, essencialmente de caridade, é a primeira obrigação do samurai; porém, é preciso esforçar-se a fim de fazê-lo da maneira adequada. Porque de fato é facil encontrar qualidades e defeitos na conduta do próximo; também é muito fácil critica-lo. A maioria das pessoas pensa que é por gentileza que elas dizem às outras pessoas aquilo que essas pessoas não querem ouvir; e se alguma vez suas críticas são mal recebidas, pensam que aquelas pessoas são incuráveis. Esse modo de pensar não é razoável; ele te dá maus resultados quanto aos de colocar alguém numa situação embaraçosa ou então sermos insultados por alguém; muitas vezes isso é apenas um modo de retirar o que nos pesa no coração.
A critica só deve ocorrer depois de se ter discernido se a pessoa é capaz de aceitá-la ou não; depois que nos fizemos amigos dela, compartilhamos seus interesses e nos comportamos de tal modo que lhe inspiramos inteira confiança em nossas palavras; o tato deve estar presente, portanto. É preciso reconhecer o momento certo e a maneira certa de fazer a crítica - por mensagem ou ao retornar de uma reunião especialmetne agradável. É preciso começar comentando suas prórpias falhas e logo em seguida levar seu interlocutor a compreender, pronunciando apenas as palavras necessárias. É preciso elogiar os méritos do interlocutor, esforçar-se para deixa-lo animado e bem humorado, torna-lo tão receptivo ás observações quanto um homem com sede deseja água; é esse momento para corrigir seus erros. A crítica construtiva é delicada; eu sei por experiência que costumes maus e antigos não se afastam senão à força. Parece-me que a atitude mais verdadeiramente caridosa consiste, para todos os samurais a serviço de um mesmo daimyo(mestre), em ser benevolentes e amistosos uns com os outros; corrigir reciprocamente seus erros a fim de servir logo ao senhor. Quando se coloca alguém voluntariamente numa situação embaraçosa, não se faz nada de construtivo; como poderia ser de outro modo?
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