quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Orgulho do samurai


Alguem disse: “Há dois tipos de orgulo, o interno e o externo. Um samurai que não possui os dois é de utilidade duvidosa”. O orgulho pode ser comparado com a lâmina de um sbre. Ela deve ser afiada e logo em seguida recolocada na bainha; de vez em quando é desembainhada, segurada e limpada para retornar a bainha. Se o sabre de um samurai está sempre desembainhado, se está sempre levantado, as pessoas vão amedrontar-se e lhe será dificil ter amigos. Se, ao contrário, ele jamais o saca de seua bainha, a lâmina ficará embotada e ninguém vai temer o portador.

O orgulho é como uma arma secreta, que deve ser utilizada em apenas alguns momentos, não deve ser totalmente reprimido, é algo importante porque sem ele o samurai não sentiria prazer com seu próprio valor. O orgulho é o que faz o samurai ter satisfação em seguir o código, em preservar a própria honra, é o mecanismo de autochecagem que leva o guerreiro a ter certeza de que não está pervertendo seus caminhos e que sua auto-imagem está sendo preservada.

As pessoas que fingem não ter orgulho estão agindo como hipocritas, é fundamental para o ser humano que ele se alegre em ser quem ele é. Porque para isso acontecer significa que o sujeito se empenha em construir-se de modo admiravel, primeiramente por si mesmo e não pelos aplausos mas pela satisfação pessoal de ser quem se deseja ser.

O grande problema do orgulho é o excesso, como tudo que viola a ordem do caminho do meio. Quando o orgulho se torna um sentimento que superioriza o ser, turbando seus olhos de modo que ele se enxergue excessivamente merituoso ou se ame de modo que sua vida seja a unica que importa, o orgulho acaba tornando esse homem arrogante e soberbo. Surge então o inicio da sua fraqueza, manifestam-se suas brechas, é ai que percebemos o quão fraco foi seu treinamento e o quão distante do código você está.

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