Samurai contemplando |
Ele falava pouco portugues, mas todas as vezes que eu me sentava perto dele pra tomar um vento, ele parava de fazer o que estava fazendo, sorria e ficava aguardando eu inicar uma conversa. No inicio eu não sabia por que ele fazia isso, depois eu fui entendendo que se tratava de uma questão de respeito. E que embora ele estivesse anteriormente numa tarefa, o fato deu estar ali, fazia com que ele priorizasse minha companhia.
As vezes eu tirava duvidas sobre golpes, perguntava como ele fazia harai-goshi e uchi-mata, as vezes não falava nada. Haviam dias que eu pedia que ele falasse o que estava escrevendo e sobretudo nesse momento em especial, minha mente era transportada para lugares fantasticos. Não distantes da realidade, apenas a partir de uma ótica simplista, que verdadeiramente enxergava o valor das coisas, simplesmente como elas são.
Foi a partir deste encontro que eu passei a desenvolver o habito de escrever, sobretudo as 17h, quando eu passei a fazer exatamente o que ele fazia. Paro o que estou fazendo e me sento em frente a uma janela ou uma paisagem bonita, pego a caneta o papel e começo a escrever. Partilhando livremente o que experimentei na vida, trazendo pra vocês coisas que me edificam e que eu acredito que também possam edificar vocês, aproximando-os cada vez mais do código e consequentemente de uma vida pacifica e serena.
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