terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Três nobres ensinamentos dos samurais


Já ancião, Tetsuzan fez a seguinte reflexão; “Eu tinha tendência para pensar que o combate apena com as mãos diferia do Sumô, devido ao fato de que não tinha importância ser atirado ao chão no começo, já que o essencial era ganhar o combate. Recentemente mudei meu ponto de vista. Ocorreu-me que, se um juiz tomava a decisão de parar o combate no momento em que um dos combatentes se encontrasse no chão, ele o declararia vencido. É preciso ganhar desde o princípio, para sair vitorioso sempre.

Há também o que se chama de atitude durante a tormenta. Quando alguem é surpreendido por uma tempestade repentina, ele pode correr o mais depressa possível ou então colocar-se rapidamente sob as telhas das casas que estão a beira do caminho; de qualquer modo vai molhar-se bastante. Se ele já estivesse preparado mentalmente para se molhar, não ficaria afinal nem um pouco contrariado com a chuva. Esse princípio pode ser aplicado com proveito a todas as situações.

E também o que se diz sobre a importância de animar um amigo. Quando se visita um samurai golpeado pela desgraça, aquilo que se diz a fim de deixa-lo animado é da maior importância. De fato, ele é capaz de distinguir através de nossas palavras os verdadeiros motivos que impulsionam seu interlocutor. Para animar um amigo em dificuldades o segredo a ser revelado é o seguinte; um verdadeiro samurai não deve ostentar-se nem perder a confiança. Deve sempre ir adiante, caso contrário não avançará e será totalmente inútil.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Japão na epoca de Musashi


Miyamoto Musashi nasceu em 1584, enquanto o Japão ainda lutava para se recuperar de mais de quatro séculos de comoções internas. O governo tradicional dos imperadores havia sido derrubado no século doze, e, embora os novos imperadores continuassem como símbolos do próprio Japão, seu poder era quase nenhum. Desde aquela época, o Japão vinha sendo palco de uma guerra civil ininterrupta entre os senhores provinciais, monges guerreiros e salteadores, uns combatendo os outros em busca de mais terra e poder. Nos séculos quinze e dezesseis, os senhores provinciais, chamados de daimyo, fizeram construir imensos castelos para se protegerem e às suas terras, e logo começaram a surgir em sua volta as primeiras cidades.

Entretanto, em 1573 um homem chamado Oda Nobunaga assumiu a dianteira e tomou as rédeas do país. Ele se tornou o Shogun, ou ditador militar, e por nove anos conseguiu trazer para seu domínio quase todo o Japão. Quando Nobunaga foi assassinado, em 1582, um plebeu ascendeu ao governo. Toyotomi Hideyoshi prosseguiu o trabalho de unificação do país iniciado por Nobunaga, reprimindo impiedosamente todas as ameaças de insurreição. Ele fez reviver a velha separação entre os guerreiros – ou samurais – e os plebeus, impondo barreiras ao uso de espadas. A “caça às espadas de Hideyoshi”, como passou a ser conhecida, implicou que apenas os samurais tinham permissão para usar duas espadas: a espada curta, que todos poderiam usar, e a espada longa, que distinguia os samurais do restante da população.

Embora Hideyoshi tenha feito muito para unificar o Japão e aumentar o comércio com outros países, quando de sua morte, em 1598, as lutas internas ainda não tinham sido eliminadas de todo. O verdadeiro isolamento e a unificação do Japão começaram com o grande Tokugawa Ieyasu, antigo companheiro tanto de Hideyoshi quanto de Nobunaga. Em 1603, Tokugawa tornou-se formalmente Shogun do Japão, depois de derrotar Hideyori, filho de Hideyoshi, na batalha de Seki ga Hara.

Tokugawa estabeleceu seu governo em Edo, onde hoje é Tóquio, local onde era dono de um imenso castelo. Seu período de governo foi estável e pacífico, dando início a uma era da História japonesa que se prolongou até a restauração imperial de 1868, pois embora Ieyasu tivesse falecido em 1616, os membros de sua família se sucederam no comando da nação e o título de Shogun se tornou praticamente hereditário para os Tokugawa.

Os cinco estados mentais do samurai



Shoshin: (初心) Mente de principiante
Zanshin: (残心) Mente que permanece
Mushin: (无心)  Não Mente
Fudoshin: (不动心) Mente Imóvel
Senshin: (先心) Espírito Purificado; atitude iluminada


Existem 5 mentes fundamentais ou espíritos do budo; shoshin, zanshin, Mushin,  fudoshin e Senshin. Estes conceitos muito antigos são ignorados no dojo aikido moderno. Budoka O que leva um tempo para compreender as lições destes 5 espíritos em seu coração amadurecerá para se tornar um artista marcial e competentes forte e ser humano. O aluno que não tomar o tempo para conhecer e abraçar estes espíritos sempre vai faltar na sua formação.

Shoshin
O estado de shoshin é que de uma mente iniciantes. É um estado de consciência que permanece sempre completamente consciente, atento e preparado para ver coisas pela primeira vez. A atitude de shoshin é essencial para um aprendizado contínuo. O-Sensei uma vez disse "Não esperem de mim para ensiná-lo. Você deve roubar as técnicas de si mesmos." O aluno deve desempenhar um papel activo em todas as classes, vendo com uma menteshoshin, a fim de roubar o dia de aula cada.

Zanshin
O espírito de Zanshin é o estado dos restantes ou remanescentes do espírito. Muitas vezes, é descrito como um contínuo e elevado estado de consciência mental e acompanhamento. No entanto, é verdade z Anshin é um estado de foco ou concentração antes, durante e depois a execução de uma técnica, onde uma ligação ou conexão entre o uke eo nage é mantida. Zanshin é o estado de espírito que nos permite permanecer espiritualmente conectados, não apenas para um único atacante, mas a múltiplos atacantes e mesmo todo um contexto, uma espaço, um tempo, um evento.

Mushin
O manual ASU, define mushin ser "Nenhuma mente, uma mente sem ego. Uma mente como um espelho que reflete e não julga." O termo original era "mushin no shin", que significa "mente da não mente." É é um estado de espírito, sem medo, raiva ou ansiedade. Mushin é frequentemente descrito pela frase, mizu "no kokoro", que significa "mente como água". A frase é uma metáfora que descreve o lago que reflete claramente a sua envolvente, quando calma, mas cujas imagens são obscurecidas quando uma pedra cair em suas águas.

Fudoshin
Uma mente e um inabalável espírito de imóveis é o estado de fudoshin. É a coragem ea estabilidade demonstradas mentalmente e fisicamente. Invés de indicar rigidez, inflexibilidade, fudoshin descreve uma condição que não é facilmente transtornada por pensamentos internos ou por forças externas. Ele é capaz de receber um ataque forte e manter a compostura e equilíbrio. Recebe e devolve com leveza, motivos para a terra, e reflete a agressão de volta para a fonte.

Senshin
Senshin é um espírito que transcende os quatro primeiros estados de espírito. É um espírito que protege e se harmoniza com o universo. Senshin é um espírito de compaixão que abraça e serve a toda a humanidade e cuja função é a de conciliar a discórdia no mundo. Ela comporta todos os que a vida seja sagrada. É a mente de Buda e-Sensei percepção O da função de aikido.
Totalmente Senshin abraçando é essencialmente equivalente para se tornar iluminado e pode ultrapassar o âmbito da formação aikido diariamente. No entanto, os primeiros quatro espíritos são provavelmente atingíveis para qualquer aluno sério através da conscientização e treinamento duro. Abraçar estes estados da mente pode premiar o aluno em inúmeras maneiras.

Como se comporta a força e fraqueza diante do perigo


Todos os seres necessitam do alimento que vem do alto. Porém a doação do alimento tem seu tempo próprio, a luz vem sobre o entendimento de cada lutador num tempo específico, que difere de cada um, cada um tem seu tempo e por ele se deve esperar. Os escritos antigos mostram nuvens do ceu trazendo a chuva para alegia de tudo o que cresce e provendo a humanidade com comida e bebida. A chuva virá em seu tempo proprio. Não se pode força-la deve-se esperá-la. A idéia de espera e também sugerida pelos atributos que se complementam: a força no interior e diante dela, o perigo. A força diante do perigo não se precipita, mas no contrário, é capaz de esperar. A fraqueza diante do perigo torna-se inquieta, e não tem paciência para a espera.

A espera não é uma esperança vazia, possui a certeza interior de alcançar o seu objetivo. Só essa certeza confere a luz a única que conduz ao sucesso. Isso leva a perseverança que traz a conquista e provê a força para atravessar as grandes dificuldades, como uma torrente de agua, como um turbilhão de problemas ou como um grande adversário entende...Alguém se encontra diante de um perigo que deve ser superado, com fraqueza e impaciência não conseguirão nada. Só o forte interiormente pode enfrentar seu destino, pois graças a sua segurança interior ele á capaz de resistir. Essa força manifesta-se através de uma incorruptivel veracidade para consigo mesmo. Só quando se é capaz de ver as coisas diretamente, tais como são na realidade, sem se deixar enganar nem iludir, é que surge uma luz que permite reconhecer o caminho para a vitória. A este reconhecimento deve seguir-se uma atuação resoluta e perseverante, pois só quem enfrenta seu destino de modo decidido o realizará. Assim, se poderá atravessar o que os antigos chamam de a grande agua, isto é, tomar uma decisão e vencer o perigo.

domingo, 29 de dezembro de 2019

origem do karate de okinawa


A india, até onde se sabe, é o local de origem das artes marciais orientais. No século VI d.C, um monge budista chamado Bodhidharma, que tinha recebido também treinamento marcial, viajou inicialmente para a China a convite do imperador interessado nessa religião e posteriormente, acabou levando seus conhecimentos ao etmplo Shaolin. Esses ensinamentos deram origem ao estilo de luta conhecido como Shaolin Kung Fu, que ajudou os monges a se protegerem dos constantes ataques de bandidos nômades, em conjunto com o Chi Kung, que era também usado como treinamento para se atingir a plenitude espiritual, além de ser um método para o desenvolvimento da saúde e da longevidade. A partir daí, outros estilos de artes marciais foram surgindo de acordo com a expansão desses conhecimentos pelo país, frutos de situações históricas, como o Tai Chi Chuan.


Séculos mais tarde, Okinawa, então parte do território da China, estava numa época, sob dominação politica chinesa. Lá começou a florescer o combate sem armas por meio da prática secreta, em consequência da proibição, promovida pelo imperador japonês, do iuso de armas da religião. Surgiu então a palavra escrita Tode(mãos da China), que pode ser lida também como Karate, para denominar uma nova arte marcial que surgiu.

Podemos portanto, afirmar que o karatê é uma arte marcial japonesa que se desenvolveu a partir de uma arte marcial autoctone de Okinawa para que o praticante conseguisse se tornar muito poderoso em termos de enfrentamentos físicos, para poder enfrentar perigos sem arma, tendo sido criado a partir de forte influência das artes marciais chinesas e ds diversas modalidades tradicionais japonesas existentes na época.

A arte da critica


Repreender e corrigir alguem por seus erros é importante: esse ato, essencialmente de caridade, é a primeira obrigação do samurai; porém, é preciso esforçar-se a fim de fazê-lo da maneira adequada. Porque de fato é facil encontrar qualidades e defeitos na conduta do próximo; também é muito fácil critica-lo. A maioria das pessoas pensa que é por gentileza que elas dizem às outras pessoas aquilo que essas pessoas não querem ouvir; e se alguma vez suas críticas são mal recebidas, pensam que aquelas pessoas são incuráveis. Esse modo de pensar não é razoável; ele te dá maus resultados quanto aos de colocar alguém numa situação embaraçosa ou então sermos insultados por alguém; muitas vezes isso é apenas um modo de retirar o que nos pesa no coração.

A critica só deve ocorrer depois de se ter discernido se a pessoa é capaz de aceitá-la ou não; depois que nos fizemos amigos dela, compartilhamos seus interesses e nos comportamos de tal modo que lhe inspiramos inteira confiança em nossas palavras; o tato deve estar presente, portanto. É preciso reconhecer o momento certo e a maneira certa de fazer a crítica - por mensagem ou ao retornar de uma reunião especialmetne agradável. É preciso começar comentando suas prórpias falhas e logo em seguida levar seu interlocutor a compreender, pronunciando apenas as palavras necessárias. É preciso elogiar os méritos do interlocutor, esforçar-se para deixa-lo animado e bem humorado, torna-lo tão receptivo ás observações quanto um homem com sede deseja água; é esse momento para corrigir seus erros. A crítica construtiva é delicada; eu sei por experiência que costumes maus e antigos não se afastam senão à força. Parece-me que a atitude mais verdadeiramente caridosa consiste, para todos os samurais a serviço de um mesmo daimyo(mestre), em ser benevolentes e amistosos uns com os outros; corrigir reciprocamente seus erros a fim de servir logo ao senhor. Quando se coloca alguém voluntariamente numa situação embaraçosa, não se faz nada de construtivo; como poderia ser de outro modo?

sábado, 28 de dezembro de 2019

a inquietação da mente samurai



O homem sábio deve conhecer sua própria mente, isso faz parte do Bushido, o caminho do guerreiro. Porque compreendendo a si mesmo, percebe-se o quão natural são as inquietações e que há uma causa para cada uma delas.

Entendendo que as preocupações são transitórias esta descoberta lhe ajudará a ter paz nos momentos mais dificeis da vida. Porque o sofrimento existe sim, a sensação de que falta sempre alguma coisa. Mas o compromisso com o código não torna sua vida vã, sem sentido.

O código estrutura o propósito de viver com honra, independentemente da circunstância, seja ela pacifica ou caótica, o praticante sempre saberá para qual direção deve enxergar para então retomar seu caminho. Porque o próprio caminho tem curvas e as vezes labirintos, mas fluindo por entre as circunstâncias, você existirá sem se perder.

É importante que o samurai analise os momentos de angustia, refletindo sobre as provaveis soluções para seus dilemas. Porque entendendo que existem soluções, não há porque permanecer no labirinto da angustia, sendo atormentado pela dúvida. Basta compreender-se com suavidade, porque há um caminho a ser seguido.



sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

maldade velada


Há uma especie de maldade velada, que se esconde por trás de rostos sedutores, trejeitos amistosos e roupas elegantes. É uma especie de maldade que de um modo bem discreto, torna-se perceptivel num tipo de sorriso, bem peculiar, estampado no rosto de pessoas que estão o tempo todo tentando nos enganar e tirar proveito da nossa boa vontade.

Essas pessoas que arquitetam frases, combinando milimetricamente suas palavras e o modo como se comportam, com o objetivo de entorpecer nossas mentes, as vezes até conseguem conquistar seus objetivos sordidos, mas sem perceber, enquanto manipulam seu veneno, acabam apodrecendo a própria alma.

Tenho certeza de que essas pessoas quando se deparam com seus pensamentos, num momento qualquer de solidão, sejam massacradas pela sua consciência a ponto deles nem sequer suportarem enxergar quem são.

Essa agonia que lhes sufoca e que o tempo todo lhes impulsiona a mergulhar nos prazeres humanos, pode vez ou outra ser mascarada, mas jamais escapam da luz dos olhos que foram treinados para investigar a alma humana.

lutando jiujitsu contra um adversário pesado


Peso em torno  de 100kg e por isso sempre enfrentei lutadores grandes e fortes. Inclusive, vou contar a vocês uma experiência que eu tive numa luta, eu estava num combate e após o primeiro minuto da luta o meu adversário tinha defendido uma queda que eu tentei fazer, o tomoe nage, ele abaixou o quadril, ficando bem pesado e tirando meu angulo pra arremessa-lo e acabamos indo para o chão, onde ele conseguio ficar montado na posição de meia guarda.

Era uma situação bem dificil pra mim porque ele estava usando um dos seus braços para prender meu braço direito enquanto ele usava o outro para segurar minha cabeça e apertava usando seu ombro. Ele tinha colocado o peito dele contra o meu e me esmagava, inclusive, conforme quando ele se arrastava no chão, parecia que o peso do corpo dele duplicava-se e mais e mais ele apertava minha cabeça. Foi uma sensação horrivel, parecia que meu cranio ia explodir.

Eu mal conseguia me mexer, embora soubesse que deveria ficar de lado, mas diante daquele sufoco eu não podia gastar energia atoa, afinal era um lutador muito forte, pesado e experiente que estava encima de mim num angulo de vantagem. Foi então que eu resolvi fazer o que os antigos chamam de mergulhar no vazio, o Tao.

E quando eu me concentrei em perceber o que estava acontecendo eu pude notar que a respiração do meu adversário estava acelerada e descompassada, foi então que eu identifiquei a brecha. Fui escutando a respiração dele, com atenção, enquanto cada vez mais eu me concentrava nisso eu ia esquecendo o incomodo que aquela situação estava me causando.

Eu apenas me concentrava em não deixar meus braços e meu pescoço vulneraveis demais para que ele me atacasse e observava sua respiração. Foi através desa brecha que eu entrei na mente do meu oponente e fui vasculhando suas intenções. Conforme ele se movia e respirava, cada vez mais suas intenções eram sendo evidenciadas, de maneira que eu pude me antecipar ao que ele queria fazer e estabelecer uma estratégia.

Então, folguei um pouco a trava de meia guarda que eu estava fazendo com as pernas e notei que ele ficou euforico, tirando um pouco a pressão sobre mim e apoiando-se sobre seus cotovelos, para criar o angulo ideal para mover sua perna que estava presa. Neste momento eu posicionei minha mão esquerda no seu quadril e destravei completamente a perna dele, dando-lhe passagem, foi então que a lentidão do seu movimento me possibilitou fazer um giro, quando então eu escapei debaixo dele e flui na movimentação chegando até as costas dele.

Chegando nas costas do meu oponente eu estabeleci pegadas cruzadas sobre a gola do seu kimono, arrochei bem o pescoço e vim puxando, no movimento dos ponteiros do relógio, usando o peso do meu corpo sobre seu ombro e sua cabeça, usando o estrangulamento Koshi-jime para finaliza-lo. Assim eu usei o Tao, a percepção e a estratégia para vencer um oponente que anteriormente estava em posição de vantagem.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Orgulho do samurai


Alguem disse: “Há dois tipos de orgulo, o interno e o externo. Um samurai que não possui os dois é de utilidade duvidosa”. O orgulho pode ser comparado com a lâmina de um sbre. Ela deve ser afiada e logo em seguida recolocada na bainha; de vez em quando é desembainhada, segurada e limpada para retornar a bainha. Se o sabre de um samurai está sempre desembainhado, se está sempre levantado, as pessoas vão amedrontar-se e lhe será dificil ter amigos. Se, ao contrário, ele jamais o saca de seua bainha, a lâmina ficará embotada e ninguém vai temer o portador.

O orgulho é como uma arma secreta, que deve ser utilizada em apenas alguns momentos, não deve ser totalmente reprimido, é algo importante porque sem ele o samurai não sentiria prazer com seu próprio valor. O orgulho é o que faz o samurai ter satisfação em seguir o código, em preservar a própria honra, é o mecanismo de autochecagem que leva o guerreiro a ter certeza de que não está pervertendo seus caminhos e que sua auto-imagem está sendo preservada.

As pessoas que fingem não ter orgulho estão agindo como hipocritas, é fundamental para o ser humano que ele se alegre em ser quem ele é. Porque para isso acontecer significa que o sujeito se empenha em construir-se de modo admiravel, primeiramente por si mesmo e não pelos aplausos mas pela satisfação pessoal de ser quem se deseja ser.

O grande problema do orgulho é o excesso, como tudo que viola a ordem do caminho do meio. Quando o orgulho se torna um sentimento que superioriza o ser, turbando seus olhos de modo que ele se enxergue excessivamente merituoso ou se ame de modo que sua vida seja a unica que importa, o orgulho acaba tornando esse homem arrogante e soberbo. Surge então o inicio da sua fraqueza, manifestam-se suas brechas, é ai que percebemos o quão fraco foi seu treinamento e o quão distante do código você está.

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

A essência do Aikido para o samurai moderno


Representação do samurai moderno praticando ataques ao hara (centro) e kami (cabeça)
Artes marciais tradicionais do japão podem ser consideradas importantes tesouros culturais e históricos, mas, depois da Restauração Meiji, em 1868, e da falência da antiga ordem dos samurais, a rápida e indiscriminada ocidentalização do país produziu um efeito devastador sobre todas as artes marciais. Jigoro Kano (1860 - 1938) achava que os melhores elementos das artes marciais japonesas deveriam ser preservados, mas ele foi muito dificil encontrar mestres exímios e aprender com eles - a maioria dos artistas marciais antigos ja havia desaparecido.  Somente com perseverança e esforços diligentes ele conseguio fundar o Kodokan Judo, para preservar o melhor das artes marciais tradicionais japonesas num contexto moderno. Kano abriu sua primeira escola em 1882, um ano antes de Morihei nascer. Enquanto Kano achava que a realizaçao de competições esportiva no estilo ocidental ajudaria a promover a sua nova arte do Judo, Morihei seguia um caminho completamente diferente. De fato, tão diferente que algumas pessoas perguntavam “O Aikido, na verdade, não é uma arte marcial, é”

Realmente existem muitas pessoas mal informadas que interpretam equivocadamente o Aikido como um tipo de exercício para a saúde, um tipo de dança, um mesmerismo marcial ou algo do genero e como ja foi mencionado existem até obras de referencia que confunde o Aikido com o Aikijutsu. Que fique claro, entretanto, que o Aikido é Budo, uma arte marcial. O Aikido é um aprimoramento da técnica marciais tradicionais, combinado com uma sublime filosofia do esírito. Trata-se de um método para modelar a mente e o corpo. E qual a exata natureza dessa filosofia do espírito? Dito de maneira simples, ela consiste em evitar o uso de trapaças, truques ou força bruta para vencer um oponente. O Aikido é um veículo que nos ajuda em nossa busca pelo caminho e nos leva a desenvovler nosso caráter de uma maneira que também beneficie os nossos parceiros de treino. Nessa busca pelo caminho, precisamos unificar a mente e o corpo para nos harmonizarmos com a ordem natural do universo e assim responder livremente a qualquer eventualidade. O Aikido é um sistema de treinamento que nos proporciona a verdadeira experiência dessa estado.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

A relação do samurai com seus pais

Samurai refletindo sobre seus pais
O homem que pretende ser um samurai considera isto de maxima importância: desempenhar carinhosamente seus deveres de filho para com seus pais. Mesmo se um homem for esperto e inteligente, superar outros, for um orador eloquente e tiver nascido com pela aparência, será um homem inútil se não tiver piedade filial.

Considera-se no Bushido que é essencial conhecer a diferença entre a raiz e o ramo e agir de acordo com isso. Um homem que tem dificuldade de distinguir a raiz do ramo provavelmente não irá compreender seu dever; e é dificil chamar de “samurai” um homem que não compreende seu dever. Conhecendo a diferença entre a raiz e o ramo, um homem irá considerar seus pais como a raiz do seu corpo, e seu corpo como o ramo da carne e do sangue deles. Todavia quando um homem tem o desejo sincero de elevar-se neste mundo e porventura trata seus pais com desprezo, isto acontece porque ele não tem o discernimento da raiz e do ramo.

Existem, além disso, dois niveis no desempenho do dever filial para com os pais. Por exemplo, não há nada de imrpessionante no fato de um filho cumprir seu dever filial para com os pais que lhe são completamente dedicados. Pais dessa têmpera são gentis e amando sinceramente seu filho, consideram sua educação com ternura. O dinheiro deles, ganhado a custo, é gasto com suas armas, com material para cavalgar e conforto doméstico a fim de ter certeza de que nada falta. Os pais também encontram uma boa esposa para ele e quando finalmente falecem deixam para ele toda sua herança.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

A natureza das coisas

O lado obscuro da natureza

Um homem que vai ser um guerreiro está acima das outras três classes e realizará funções da administração, convém que ele seja encaminhado no conhecimento e seja capaz de distinguir amplamente a natureza das coisas.

Sendo as coisas assim, os guerreiros que nasceram em tempos de agitação invariavelmente serviram com plena capacidade em sua primeira campanha, com a idade de 15 ou 16 anos. Assim quando eles tinham 12 ou 13 anos de idade, era adequado que fossem treinados a cavalgar, no uso do arco, do rifle, e em todas as outras artes marciais. Raramente eles tinham tempo para abrir um livro de ajuda ou qualquer material de leitura ou para assentar-se numa escrivaninha com um pincel a escrita. Assim, naturalmente eles eram ignorantes, iletrados, incapazes de escrever um caractere chinês sequer.

Embora existissem muitos guerreiros assim durante o período dos estados em luta, isso não acontecia necessariamente porque não tinham a intenção de estudar ou por terem sido insuficientemente educados por seus pais. Eram ignorantes porque eles trabalhavam exclusivamente no caminho do guerreiro e eram empregados nessa atividade naquele tempo.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Os caminhos de um samurai

Um samurai ashigaru daisho

Desde há muito tempo existe um provérbio que diz: “sacerdote e samurai” e quando se pensa um pouco sobre o porque disso, percebe-se a semelhança entre um e outro. No Zen budismo, por exemplo, os títulos de zasu e shuso são atribuídos ao sacerdote comum, assim como baixos cargos são dados ao samurai comum. Depois, assim como sacerdotes recebem o título de tenrio e seido, guerreiros recebem o título de metsuke, tsukaiyaku, kumigashira ou kachigashira. Finalmente, emborao própio sacerdote ainda seja o mesmo, quando ele usa traje colorido, porta o símbolo de sua seita e leciona para um grande número de sacerdotes, ele é chamado de um choro ou osho. Entre guerreiros, o homem que recebe bandeiras, armaduras, e um cetro de comando e que estabelece a ordem de batalha e dirige as tropas é chamado de samurai daisho, um ashigaru daisho, ou um dos seis bugyo militares. Quando consideradas desse modo, existe uma semelhança entre as organizações do Budismo e a do guerreiro, e assim nós temos o provérbio “sacerdote e samurai”. Entretanto, quando abordamos disciplina nos estudos, podemos pensar que a disciplina dos guerreiros no treinamento é muito inferior à dos sacerdotes.

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Mokuso; contemplação

Samurai em seiza, meditando.

Em varios dojo, essa palavra é gritada como um bramido de guerra. Ela é dita dus vezes, no inicio de uma sessão de pratica e novament no fim, sempre depois que os alunos se alinharam e estão sentados em silêncio, em seiza. Para que eles entrem em posição, normalmente são dados outros comandos. “Yame” ou “Keiko osame” é dito quando a sessão termina.

 Narande significa “alinhem-se”. Seiretsu ou keiretsu são comandos para os alunos se alinharem de acordo com a graduação. Chakuza significa ficar de joelhos e assumir a posição sentada, seiza. Após estarem todos sentados, há um longo momento de acomodação até que os barulhos e o som da respiração agitada depois da prática cessam, seguido por um silêncio que é quebrado pelo grito que parece penetrar diretament nos corpos que se encontram sentados.

domingo, 15 de dezembro de 2019

5 dicas de SunTzu em a arte da guerra


A arte da guerra é um dos clássicos mais influentes do pensamento oriental sobre estratégia. O livro nos traz com excelência os ensinamentos do general chinês Sun Tzu, que há cerca de 2500 anos influencia o mundo das artes marciais. Veja as cinco dicas que separamos para você hoje:

1. O bom guerreiro atrai o inimigo para si e nunca inicia o combate.

 

2. O inimigo é atraído pela oportunidade e se afasta diante do perigo.

 

3. Quando o inimigo estiver a vontade, incomode-o, quando bem alimentado, deixe-o com fome, quando descansado, faça-o se mover.

 

4. Apareça de modo inesperado; atice-o constantemente.

 

5. Para tomar o que se ataca, ataque onde não há defesa; para se defender, defenda-se onde o inimigo não parece atacar.

 


sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Quando um homem sente a morte como algo distante

Quando um homem sente a morte como algo distante, que a sua estada neste mundo será longa, fica obcecado por diferentes ambições e profunda avareza. Cobiçando as coisas alheias e tendo demasiado apego às suas, ele irá desenvolver as disposições de um mercador ou fazendeiro. Quando a morte é sempre mantida no pensamento e este mundo é visto em sua insignificância, a cobiça irá diminuir naturalmente no coração da pessoa, e os imundos sentimentos de avareza e egoísmo não irão intrometer-se tanto assim. Por isso se diz que até o caráter da pessoa irá melhorar.

Temos que manter a morte sempre à vista. Entretanto, havia um monge, Shinkai, mencionado no Tsurezuregusa de Yoshida Kenko, que constantemente se curvava e aguardava, pensando 24 horas por dia na sua hora final. Pois bem: embora seja sinal de austeridade no espírito de um monge pensar na morte, isso não está de acordo com a condição básica de um samurai. Aproximar-se da morte assim não seria bom, porque não se pode abandonar o caminho da lealdade para com o seu senhor e da piedade filial para com os pais, e se descuidar de suas obrigações como samurai. Dia e noite sem falhar, na medida em que alguém está envolvido com negócios públicos ou privados, logo que houver um momento de calma para o coração a pessoa deverá manter a morte em vista. Isso é o que importa. A tradição diz que Kusunoki Masashige instruiu seu filho, Masatsura, com as palavras: "Pense constantemente na morte".

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Viver preparado para a morte


O samurai considera como seu propósito mais importante pensar sempre na morte, dia e noite, desde quando ele pega seus hashis ao fazer sua refeição matinal no Dia de Ano Novo, até o anoitecer no ultimo dia do ano. Quando alguém pensa constantemente que a morte é inevitavel e pode acontecer muito em breve, a lealdade e a piedade filial são realizadas, muitos males e desastres são evitados, a pessoa não fica ociosa e à toa, e vive uma vida longa. Além disso, até o seu caráter é melhorado. Estes são so muitos benefícios dessa forma de pensar.

Considerando isso, nós vemos que a vida do homem é breve e efêmera, como o orvalho da noite ou a geada matinal. E aqui existe algo particularmente perigoso: quando um homem que percorre a trilha do guerreiro pensa que terá muitos anos de vida para servir ao seu senhor e acompanhar seus pais, ele se torna indolente. Se alguma coisa acontece, ele se mostra fraco no cumprimento do dever e falho na sua dedicação filial. Quando se conclui que um homem pode estar vivo hoje, mas não amanhã, ele estará consciente de que hoje pode ser sua ultima chance de servir seu senhor e acompanhar seus pais. Assim, seja recebendo ordens de seu senhor, seja cuidando de seus pais, ele o faz com o pensamento de que isso pode estar acontecendo pela ultima vez, então seu interesse por eles será sincero e decidido. Portanto, nesse caso, diz-se que ele está manifestando plenamente sua lealdade e piedade filial.

Além disso, um pensamento que negligencia e se esquece da morte carece de prudência. Surgirão discussões sobre a sua insensibilidade e aparecerão controvérsias acerca de assuntos que seriam mais bem resolvidos se ignorados.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Nagashi Okami e o demônio do amor

A um antigo conto oriental que relata a história do samurai chamado Nagashi Okami. Diz a história que Okami foi um nobre guerreiro na arte das projeções e que sua habilidade com o braço esquerdo superava a gande maioria dos seus adversários que comumente lutavam usando o braço direito.

Certa vez Okami viajou para uma missão e chegando na pequena vila de Shirakawago conheceu uma linda mulher, por quem se apaixonou. Ela era uma mulher de trato fino, gestos delicados, mãos macias, pele sedosa, cabelos longos, lisos e bem penteados. Seus olhos eram doces e sinceros, sua boca pequena, suas bochechas rosas, seu queixo era pequeno e seu nome era Hana Ikari.

Por conta da sua atividade profissional, suas longas viagens dificultavam a permanencia de Okami na aldeia, de modo que eles passaram muitos anos namorando, aguardando o momento ideal para se casarem. Essa longa estrada de paciência que parecia estar alicerçando um relacionamento sólido, de repente, teve fim.

Os dois se separaram, de algum modo compreenderam que seria inviavel permanecerem juntos e desde então optaram por não mais viver aquela linda história de amor. O mais intrigante dessa história não é esse término abrupto, mas o misticismo por trás da história que diz que desde então Okami passou a ser assolado por um demônio que entenebrecia todas as mulheres pelas quais ele se encantava, de modo que ele nunca mais conseguio se apaixonar.

sábado, 30 de novembro de 2019

O marco que forjou a lealdade em mim

Lealdade é ser fiel a um compromisso assumido. Esse é um dos princípios do código dos samurais e portanto deve ser praticado pelo samurai. Lembro-me de quando entrei pela primeira vez numa academia de artes marciais e me foi apresentado um quadro, posto na parede, logo próximo a porta do dojô, com um conjunto de regras que deveria ser respeitado por todos que estavam naquele ambiente, desde o faixa-branca até o faixa-preta.

Atenciosamente passei meus olhos por cada uma daquelas regras, palavra por palvra, entendendo seu significado e internalizando aquelas ideias em mim. Fui permitindo que aquele compromisso fosse sendo estabelecido, conforme eu ia lendo e me sentindo parte do que aquele dojô é. E depois de ler todas as regras, olhei no ambiente ao meu redor e vi meus colegas, observei seus olhos e vi como eles sem sequer me dizer nada, me diziam que a partir daquele momento eu estava aceito naquela irmandade.

Esse momento mágico marcou o significado de lealdade pra mim e hoje em todas as minhas relações busco respeitar esse preceito. Naturalmente ocorrem dilemas, momentos de conflito, mas em meus momentos de meditação reflito e penso sobre qual decisão tomar, levando em conta sempre o que aprendi naquele dia e no decorrer dos anos que sucederam minha trajetória no dojô. Hoje sei que lealdade além de ser fiel a um compromisso, significa ser fiel a um propósito.

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

A espada deve ser polida para não enferrujar...

O bom guerreiro deve trilhar um caminho de melhoramento, ele nunca deve estar satisfeito com o que já sabe. E isso remete a um dos princípios do código, que significa polidez. Quando falo sobre polidez, não me restrinjo a falar sobre o trato fino comportamental, mas nesse caso estou falando sobre o aperfeiçoamento das competências.

Há guerreiros mais háveis no diálogo, outro mais competentes nas ações, alguns são bons líderes, outros executam tarefas bem. De qualquer modo, num clã, cada um dos membros deve potencializar sua competência. Da mesma maneira no que envolve suas habilidades marciais.

Os samurais nunca estavam satisfeitos com o que já tinham aprendido. Essa sede era o que lhes movia a enfrentar novos desafios, desbravar, caminhar pelo japão em busca de novos duelos, enfrentar samurais famosos, de gande reputação. E tudo isso eles faziam para se tornarem melhores em suas habilidades, pois a fama e a notoriedade eram consequências do processo de polir a si mesmo.

Alguns se deixavam envaidecer pelo reconhecimento público, mas isso era incomum. Outros até quando se viam diante disso entravam num profundo conflito interno e decidiam se tornar ronins, saindo por ai trilhando um caminho sem fim, isolados do convívio social. Tudo isso por conta do seu forte compromisso com a honra. Esses eram os samurais antigos, diferentes de muitos dos samurais que vemos hoje em dia...

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Um relato de coragem de Takero Kashiwakawa

“Observei que a coragem de um homem aflora quando ele é posto diante de um desafio. Lembro de quando ainda era aluno e vi um homem magro, aparentemente inexperiente, enfrentando um lutador forte e alto. Notei como ele se comportava diante daquela grande ameaça, ele não se acanhava, permanecia concentrado, ainda que sofrendo ataques e danos graves. Lembro de ter visto sua boca sangrar e do seu corpo se chocar contra as paredes do dojo quando seu oponente lhe chutava e lhe arremessava. Embora diante de tudo isso ele permanecia frio e inabalavel. Acredito que essa virtude que estava sendo aflorada só se desenvolve nessas condições, pois tratava-se de uma circunstância onde ele poderia desistir do combate e ir embora, mas uma firmeza de espírito lhe impulsionava enfrentar aquele homem forte. Chamamos isso de coragem e esse é um dos princípios do código que estou aprendendo aqui. Duro era ver aquele homem naquela condição, mas sua força interior me motivou a lutar, mesmo sabendo que eu seria o proximo a passar por coisas parecidas, mesmo sabendo que talvez meu corpo não suportasse, mas naquele momento eu sabia que em minha mente havia sido apertado o gatilho que me possibilitaria suportar qualquer coisa com bravura.” Takero Kashiwakawa

domingo, 24 de novembro de 2019

A honra do samurai moderno

Honra é um principio na tradicional pratica de artes marciais, pois diz respeito a construção do carater do praticante, o que é um aspecto basico do compromisso estabelecido entre o dohai(aluno) e o sensei(professor), para que esse torne-se membro de um dojo(academia).

O praticante de artes marciais, ao apefeiçoar-se na habilidade de combate desenvolve-se também como um guerreiro. Pois nas antigas tradições japonesas, quando um estudante ingressa num dojo (academia) de artes marciais, ele se torna membro de um clã e também passa a carregar esse escudo, o que envolve uma serie de responsabilidades.

Ao tornar-se membro de um clã, esse novo aluno é apresentado a um código para que lhe seja norteada sua conduta e preservada a integridade moral da bandeira do dojo. Tratam-se dos sete princípios oriundos do código dos samurais, o Bushido.

Esse conjunto de principios composto de respeito, benevolencia, coragem, honestidade, disciplina e lealdade alicerçam o compromisso do guerreiro com a honra do seu clã. E é por isso que suas atitudes precisam ser bem pensadas e suas decisões ganham um significado maior. Afinal, a partir deste momento o praticante adquire uma responsabilidade sobre o poder que o conhecimento marcial lhe da e sobre o escudo dojô que ele faz parte.

É por isso que o ensino do código é preservado nos dojos tradicionais e desta maneira que hoje em dia se pratica o código, tanto dentro do ambiente de aprendizado ou nas circunstâncias da vida pessoal do praticante. A estes cunhamos o termo de samurais modernos, aqueles que carregam secretamente o código dentro de si e que nutrem seu procedimento com as sementes do pensamento oriental.

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Honra, a dignidade do samurai


O sentimento de dignidade e de boa reputação que o samurai possui é o que caracteriza sua honra. No Japão, a palavra honra é meyio e trata-se do conceito que define os parâmetros para os samurais viverem e morrerem fieis aos seus preceitos.

Os samurais acreditam que para um homem tornar-se digno de tal título é fundamental que sua conduta seja alicerçada nos sete preceitos que regem o código, pois a vida física tem fim, mas a honra e o respeito duram para sempre.

A honra de um homem lhe constitui samurai quando sua atitude é coerente com o código, de modo que seja qual for a circunstância, seu procedimento será fortemente avaliado pelo seu crivo moral antes de se tornar uma ação ou uma decisão.

O fato da morte ser uma consequência natural da existencia humana faz com que os samurais pensem constantemente na relevancia das suas ações. Por isso seja no amanhecer do dia ou no escurecer da noite, desde o momento em que ele segura uma chícara de café ou quando ele pega os palitos para comer, ele sempre pensa na consequência das suas atitudes.

Essa responsabilidade de agir de forma reta, compromissada com seus principios é o que torna o samurai um guerreiro nobre, que hoje em dia não mais empunha a espada para lutar no seu exercício profissional, mas que luta no dia a dia, enfrentando as dificuldades e os dilemas existenciais com bravura e sendo reto no seu proceder.